segunda-feira, 14 de março de 2011

Guns N' Roses: Duff McKagan fala sobre seu novo álbum e a razão para o Guns N' Roses não se reunir

O baixista original do Guns N' Roses, Duff McKagan, pode ser agora um guru das finanças, mas isso não quer dizer que ele parou de fazer música: no dia 19 de abril, ele lançará The Taking, o terceiro álbum de sua banda atual, Loaded. Uma versão em vinil o antecederá em uma semana, enquanto o lucro dos downloads da faixa "Fight On" serão doados ao Puget Sound Healthcare System Veterans Administration (organização de saúde destinada a veteranos do exército norte-americano). Ele recentemente falou com a Rolling Stone sobre o novo álbum, sua luta contra o vício, jogar Scrabble no ônibus da turnê e a realização de um excêntrico filme baseado na banda cuja trama envolve um baterista sequestrado, uma cabra e o Esquema Ponzi.

Vamos falar sobre o novo álbum do Loaded, The Taking.
Foi o primeiro disco que o Loaded fez, logo após o término de uma turnê. Eu acho que em muitas bandas, quando você viaja em turnê - pelo menos as bandas das quais fiz parte - as músicas que você acabou de gravar no disco você sempre acaba tocando de maneira mais pesada. Saindo daquele disco Sick, fizemos uma porrada de shows e [o som] só ficava mais pesado e mais alto. Estávamos compondo riffs, e são quatro caras. Tem testosterona, adrenalina, cafeína - todas essas coisas boas que fazem parte do processo de composição. Nós saímos daquela turnê e começamos a fazer demos das músicas no estudiozinho de Pro Tools do nosso baterista Isaac. Ele tem uma bateria de verdade lá, então não era como se a gente estivesse tocando essas músicas com baterias eletrônicas. Era, tipo, "estamos tocando essas músicas".

Terry Date trabalhou como produtor.
Ele ouviu algumas das nossa demos, levantou a mão primeiro e disse "eu quero fazer esse disco". Não somos uma banda de uma grande gravadora e o Terry é um cara de pensamento avançado. Cada vez menos bandas estão em grandes gravadoras e ele meio que disse "produtores não vão conseguir mais suas enormes remunerações" e se ofereceu para uma parceria nesse disco. O que foi ótimo, ele simplesmente nos entregou tudo de bandeja e quentinho.

Eu ouvi dizer que tem um filme para sair este verão [do hemisfério norte] também intitulado The Taking.
Não somos uma banda que não enxerga o humor que há na coisa toda - isto é, em fazer parte de uma banda de rock. O assunto retratado no disco é meio pesado, mas somos uma banda que tem um muito contraste. Temos discussões pesadas no ônibus sobre política e tudo mais. As pessoas sempre têm ideias prá-concebidas do que músicos são - especialmente músicos do rock. E se você embarcasse no nosso ônibus, veria que é um verdadeiro festival nerd. Tem Scrabble, palavras cruzadas, livros e debates. Mas tem muito humor. Fizemos alguns vídeos para a internet para o nosso disco Sick, uns episodiozinhos para a web divertidos. Quando estávamos em estúdio com o Terry, tomávamos muito café e tínhamos umas ideias geniais às 9h30 que, por sorte, em sua maioria, não passavam muito das 10h. A gente dizia "esse disco soa cinemático, temos que fazer um filme"! Então pensamos nessa ideia tipo A Hard Day's Night, em que o disco é a trilha sonora, com pouco diálogo, sobre o nosso baterista sendo sequestrado por um estado soviético. Eles estão com ele e têm um valor de resgate. Ele teria feito algo durante a turnê com uma cabra que é ilegal nesse país. Tudo isso acontece em um dia. Nós temos que arrecadar o resgate e eu caí em um Esquema Ponzi. É só uma coisa daquelas excêntricas e tem ótimas participações especiais.

Você tem um livro que será lançado este ano.
Se alguém é fã das minhas colunas [no sites seattleweekly.com, playboy.com e espn.com] mais do que minhas bandas de rock... porque não é minha história, exadatemte, na realidade não é nem mesmo minha autobiografia ou memórias. Eu acho que esse termo é usado em excesso. É a história de algumas merdas que aconteceram comigo mas, provavelmente, não as [coisas] típicas que as pessoas poderiam esperar. Não é a minha história do Guns N' Roses ou do Velvet Revolver. Todas essas coisas meio que fazem parte dele, porque são coisas pelas quais passei conforme me aprofundava mais e mais no vício e nas tentativas de sair dele. Foi desafiador reviver algumas dessas coisas nas quais eu não pensava fazia muito tempo. E escrever te força a assumir seu próprio papel na sua vida, o papel que você realmente teve - diferente daquele que você acaba inventando depois.

Qual é o título do livro?
Ele se chama It's So Easy and Other Lies.

Qual a posição na procura do Velvet Revolver por um vocalista?
Não há nenhuma posição. Eu estive agora no Reino Unido, então estou dolorosamente ciente do Corey Taylor - me perguntaram umas mil vezes sobre isso [boatos davam conta de que, recentemente, o cantor do Slipknot fez um teste para a vaga]. Não há nenhuma posição - o Slash tem estado em turnê, eu estou começando uma turnê. Nós tocamos com caras realmente bons e eu acho mesmo que o Corey Taylor é, provavelmente, o cara mais inteligente que já esteve em frente a um microfone em muito tempo. Mas, após ter dito isso tudo, não há um cantor para o Velvet Revolver.

Gostaria de comentar sobre o rumor recente de que foi pedido para que o line-up original do Guns N' Roses se reunisse e tocasse no intervalo do Super Bowl no ano que vem?
Isso é papo furado. Papo furado puro e completo. Mas é uma boa história. Sabe, eu fiquei sabendo pela minha esposa! "Ei, está sabendo que o Super Bowl está convidando vocês...". Eu fiquei, tipo, "querida, sério?". Até na minha própria casa você não consegue diferenciar o que está sendo dito na internet e a história real. Falei "querida, sou eu. Você não acha que talvez eu saberia a respeito disso?"

O que seria necessário para que o line-up original do Guns N' Roses se reunisse?
Nós precisaríamos de sete pombas douradas. Eu não tenho uma resposta para isso. Mas eu preciso arranjar uma boa. Precisaríamos de uma sede secreta... em uma ilha.

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