terça-feira, 1 de novembro de 2011

Iron Maiden : Steve Harris comenta nova coletânea!

Por mais de 30 anos, o Iron Maiden tem definido o termo “Heavy Metal”. Agora, mais popular do que nunca e com mais uma coletânea nas lojas, o baixista Steve Harris nos leva a alguns dos melhores momentos das últimas duas décadas e fala em entrevista à revista Kerrang!  um pouco sobre algumas das músicas que estão presentes em  "From Fear to Eternity: The Best of 1990-2010", confira!


Tradução: Padro Soriano


HOLY SMOKE (No Prayer For The Dying, 1990)


“Bruce Dickinson, escreveu a letra. Eu acho que todos são muito espertos, parecendo que atingimos os fanáticos religiosos. Não os fanáticos que fazem dinheiro com isso. Nós desrespeitamos algum grupo religioso? Não. A gente “fez pior” quando lançamos o The Number Of The Beast. Eu acho que eles se cansaram de nós. Era uma letra engraçada, então, nós pensamos: “o que podemos fazer com o vídeo” Então, eu filmei o vídeo todo e nos divertimos muito. Tem o Janick Gers, tocando uma pequenina guitarra dentro de uma piscina. Tudo foi filmado nos arredores da minha casa antiga.”


FEAR OF THE DARK (Fear Of The Dark, 1992)


“Ela se tornou a música favorita da maioria nos shows! Eles cantam da introdução ao final. Você nunca sabe, quando está escrevendo uma música, o que acontecerá com ela, mas eu sabia que era uma melodia que se prendia à cabeça. Ela foi feita sobre a casa onde filmamos Holy Smoke, porque ela era muito velha, então, foi meio assustador. Isso nunca me incomodou, mas deixou algumas pessoas meio assustadas. Havia uma parte da casa que, quando você ia no canto, era muito escuro e você precisava ligar a luz – onde me inspirei a escrever “que tinha algo ali”. Todos tiveram um incidente com a escuridão que os apavorou.”


AFRAID TO SHOOT STRANGERS (Fear Of The Dark, 1992)


“Ela é sobre a primeira guerra do Iraque, sobre se colocar na posição de ir à guerra – Você estaria animado ou com medo de atirar em estranhos? Não foram observações políticas, mas somente sobre o que estava acontecendo. Na época, nós não sabíamos que era o último álbum de Martin Birch, o produtor, e também não estávamos certos que era o último álbum de Bruce [o vocalista deixou a banda em 1993. Retornou em 1999]. Ele estava atuando bem, mas mostrando alguns sinais, que só notamos mais tarde. Nós não notamos mesmo, caso contrário, teríamos tentando fazer algo!”


SIGN OF THE CROSS (The X Factor, 1995)


“Eu acho que ela é uma música forte, esse é o motivo de ser abertura do álbum, ela é completa. (Ele disse o mesmo sobre Blood Brothers) Ouvindo naquele momento, achei que meu amplificador estava estourando, mas percebi que era a introdução de 2 minutos. Nós pensamos: “Bem, isso aqui é a gente agora. Não gostou? Caia fora.” Muita gente não entrou neste lance porque Bruce não estava mais na banda, mas eu acho que há belas músicas nesta fase. Os cantos gregorianos definem bem a cena. Nós temos outras músicas desta época que são fantásticas, e mostramos às pessoas, que não nos deixaram usar porque era o Iron Maiden – O próprio Diabo!


THE CLANSMAN (Virtual XI, 1998)


“Eu gosto de História e, embora o filme (Braveheart, que inspirou The Clansman) não conte a verdade dos fatos, eu amei mesmo assim. Algumas vezes, quando estamos escrevendo algo, nós conjuramos algumas imagens, e [começa o riff de abertura] eu pensei, “Sim, isso vale”, e eu decidi escrever algo sobre elas, sobre um clã, não sobre Klu Klux Klan, claro! Alguns norte-americanos, sendo um pouco ingênuos, pensaram que The Clansman fosse sobre Klu Klux Klan! Eu tenho que defender essas reclamações? Não. Algumas vezes, as pessoas me perguntaram sobre isso, e eu simplesmente respondi: “É um C, não um K!”


THE WICKER MAN (Brave New World, 2000)


“Fazer esse vídeo foi doloroso demais! Nós pensamos que filmar em Los Angeles seria excelente, mas estava um gelo! Simplesmente congelando nossas bolas. A melhor coisa foi quando colocamos fogo no gigante Homem de Palha e esquentou o local! Mas eu acho que o vídeo poderia ter ficado melhor, eu não sei o que houve quando editamos. Foi a segunda vez em que fomos indicados ao Grammy de melhor clip de Metal. Eu fui uma vez há anos e jurei nunca mais fazer isso. Eu não gosto dessa porcaria de ser celebridade. Eu ouço muito choro em casa, pois as mulheres da minha família querem ir, mas eu não."


BLOOD BROTHERS (Brave New World, 2000)


“Meu pai morreu jovem, com 49 anos. E eu estava em turnê, na Espanha. Isso te deixa num lugar escuro, mas seus melhores materiais podem vir disso. E essa música não era apenas sobre meu pai. Eu estava querendo dizer que todos somos irmãos de sangue e devemos nos tratar um pouco melhor do que fazemos. É um dos solos mais bonitos que já ouvi Janick tocar. Eu ainda fico arrepiado quando ele toca este solo! Eu tive a base dela feita para o Virtual XI, mas ficou para o Brave New World mesmo, quando estava completa”.


DANCE OF DEATH (Dance of Death, 2003)


“Foi inspirada pelo filme de Ingmar Berman, The Seventh Seal? Sim e não, porque Janick veio com uma ideia básica e eu a levei para outro lugar (Flórida). É apenas uma estória sobre alguém arrastado para o mundo de estranhos e voltando de lá. Eu vi o filme “Eyes Wide Shut”, e gostei das imagens de coisas esquisitas dele. Há uma tradição antiga de pessoas sendo levadas a sub-mundos, com mortos e danças e escapando de lá com vida. Nós temos um sentimento estranho por essa capa, pois é diferente. Mas eu a adoro. Você nunca pode ter muito conhecimento do que dizem, ou nunca fará algo diferente.”


THE REINCARNATION OF BENJAMIN BREEG (A Matter Of Life And Death, 2006)


“É apenas uma estória de ficção. Nós até tentamos tirar o Benjamin deste tipo “ficção”, mas não deu muito certo. Criamos um website sobre ele, que esperávamos disfarçar com o mesmo, mas um hacker o achou, como sabemos que acontece... Cedo ou tarde. Criou muitas confusões nos fãs, quer perguntavam quem era Benjamin Breeg. Foi divertido enquanto durou. Benjamin é o sétimo filho do sétimo filho? Bom, você pode debater sobre como as vacas retornam às suas casas, mas eu não estou respondendo!”


WHEN THE WILD WIND BLOWS (The Final Frontier, 2010)


“Eu acho que ela é diferente do que fizemos anteriormente. O modo como a gravamos, todo o processo foi diferente. A música foi gravada em etapas. Eu apenas disse aos rapazes da banda: “vou fazer algo diferente aqui”, e acho que ela realmente foi ao ponto. A inspiração veio da animação de Raymond Briggs. Eu me lembro de ter assistindo há anos, em VHS, e isso me impressionou muito! Eu apenas apresentei o que lembrei daquilo – Eu lembro que tinha um senhor inglês na animação que conversava com uma senhora: “Sim, teremos uma catástrofe e o mundo se acabará, mas devemos tomar mais um chá?” E isso ficou preso comigo! E esse foi o começo da música.”

Matéria Original : Blog Flight 666

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